O impacto dos projetos de Mineração em São José do Norte

Postado em: 07/10/2017 - 16:37h - Por:

O avanço dos projetos de mineração no extremo sul do Estado foi tema de uma audiência pública no dia 22 de setembro, em São José do Norte. Um projeto de mineração de titânio, matéria prima para a indústria bélica e espacial, e de outros metais pesados em São José do Norte, litoral sul do Rio Grande do Sul, mobilizou a comunidade da região, que tem na pesca e na produção de cebola duas de suas principais atividades econômicas, e tem uma preocupação com os possíveis impactos ambientais do empreendimento. 
O projeto “Retiro”,encabeçado pela empresa Rio Grande Mineração S.A, pretende explorar cerca de 600 mil toneladas de minerais pesados em uma área de aproximadamente 30 quilômetros de extensão por 1,6 quilômetros de largura. 

Em fevereiro de 2016, a procuradora Anelise Becker, do Ministério Público Federal, emitiu uma recomendação ao Ibama, apontando “graves deficiências” no EIA-RIMA do empreendimento, solicitando que a empresa corrigisse as deficiências e lacunas desse estudo e pedindo a realização de uma nova audiência pública. 
As recomendações feitas pelo MPF, no entanto, não foram respondidas pelo Ibama. No dia 14 de junho deste ano, a presidente do instituto, Suely Araújo, emitiu uma licença prévia, válida por quatro anos, para a Rio Grande Mineração iniciar o empreendimento,mas o MPF ainda vai se pronunciar a respeito dessa liberação.

A audiência pública foi convocada pela Comissão Permanente de Educação, Saúde, Ação Social, Serviços,Obras Públicas  e Meio Ambiente da Câmara de Vereadores do município para debater com a comunidade os possíveis impactos ambientais do projeto para a região. Na avaliação do gestor ambiental e vereador Luiz Bravo Gautério,presidente da Comissão, os projetos de mineração que vem sendo projetados para São José do Norte e para a região do rio Camaquã trazem sérios riscos de impactar os ecossistemas do território e a produção de suas comunidades urbanas e rurais.

Esta audiência teve uma mobilização de toda a comunidade, e todas as manifestações foram contra a mineração, pelos prejuízos que trará para o município como um todo. Será uma intervenção no solo, na bacia hidrográfica e na biota que não haverá como recuperar.

Segundo o relato do representante do CGBH do Litoral  Médio, Sr. Luiz Elody, da ONG Amigos da Floresta, o evento apresentou solidez de conteúdo, e manifestação inconteste de repúdio, pelas diversas entidades e comunidades, ao Projeto de Mineração Retiro. 
O CGBH Litoral Médio colocará este tema na pauta da Reunião Ordinária em 22 de novembro, na sede do Sindicato Rural de Palmares do Sul. Confira a agenda e pauta das reuniões na aba Reuniões.